pages/sobre/model.php1História - Secretaria municipal de Educação - Ouro Preto

História

Desde as origens, houve, em Santo Antônio do Leite, a preocupação com o estudo.

O certo é que, antes da existência dos grupos escolares, havia professores, que se empenhavam na educação das crianças em casas particulares. Podemos citar o enérgico mestre Raimundo Ferreira, que ministrava aulas, em casa, por volta de 1870. Houve a professora D. Cândida Pereira de Sousa, formada no colégio Providência em Mariana, mulher de fina educação e muitos conhecimentos, a qual também ensinava no antigo sobrado de Sá Ninica Pinto, por volta de 1890.

Tornou-se também famosa a D. Blandina, esposa de escrivão Antônio Aquino Viana, que cobrava a importância de Hum mil réis por mês para cada aluno. D. Blandina lecionava numa casa próxima à casa de teatro. Posteriormente a casa pertenceu a Sá Matilde.

Além desses e dessas mestras, a comunidade então conheceu outras professoras: D. Jovita Brandão, D. Vivina, D. Loló e outras.

Chegou o momento, porém, em que se fazia necessária a existência de um prédio escolar. As crianças eram numerosas, e tornava-se difícil a educação, através de professores particulares. Lá pelo ano de 1908, um grupo de senhoras do distrito se reuniram, sob a liderança de Pedro Gonçalves da Silva, mais conhecido como Pedro Alves e resolveram solicitar ao Governador do Estado, o Sr. João Pinheiro da Silva, a construção de uma “escola”.

Pedro Gonçalves da Silva encarregado de falar com o governador, cujo palácio já era em Belo Horizonte. Ainda hoje, são conhecidas as palavras de Sua Excelência, ao receber, o nosso conterrâneo:

_”Vocês querem escola? O Estado não pode construir”.

“Mas arranjem o prédio, que eu arranjarei o professor”.

Pedro Gonçalves da Silva regressou com a notícia. Do governador não podiam esperar a construção do edifício escolar. A solução não podia ser outra, senão o povo construir, com os próprios recursos, a sua escola. Portanto mãos à obra. Elegeu-se uma comissão formada por Pedro Gonçalves da Silva, Antônio dos Santos (que doou o terreno), José Gonçalves da Silva e João Alves. Não houve, no distrito quem não ajudasse. Uns ajudaram com o trabalho, outros com a administração; estes com o material de construção, aqueles com o carreto. Fato digno de nota foi a atitude das mulheres de Santo Antônio do Leite: abandonavam os seus afazeres e vinham, num revezamento organizado, cozinhar para os operários. E, assim, dentro de 4 meses, o prédio estava inaugurado. Alto, soberano, com duas amplas salas, Durante 50 anos abrigou, em suas paredes, centenas e centenas de alunos.

Os tempos passaram, e o prédio escolar se tornou insuficiente para conter o número de crianças da localidade. Era necessária uma ampliação. A esta época, o engenheiro João Baptista da Silva Pedrosa, filho antigo Pedro Gonçalves da Silva, lançou uma nova ideia. “Não vamos ampliar, vamos construir um novo estabelecimento moderno”. E como primeiro passo, fez ao Estado a doação do terreno para este fim. Engenheiro que era, elaborou a planta. Estimulou, pleiteou verbas junto ao Governador e deu início às obras. Mas a verba estadual era difícil. Como na primeira construção, o Estado não liberava um vintém para a obra. O projeto esteve a ponto de desaparecer. Foi quando um ou outro filho da terra, Ramiro dos Santos, então vereador, resolveu “apertar os cintos” e financiar a construção do grupo.

Com a assistência constante do Dr. Pedrosa e administração do Sr. Ramiro dos Santos, foi erguido o novo prédio escolar de Santo Antônio do Leite, construído segundo as técnicas da engenharia moderna, para atender, plenamente a necessidade estudantil. No dia 25 de janeiro de 1959, com a presença do Sr. Prefeito de Ouro Preto, Dr. Orlando Ramos, do Sr. Vice-Prefeito, do Dr. João da Silva Pedrosa, da Diretora Áurea Santos, de autoridades da Secretaria da Educação, do clero, bandas de música de Ouro Preto, foi celebrada uma das maiores festas do lugar, inaugurando-se nova Escola Estadual. A população, através de um consenso geral, quis que se chamasse “ESCOLA ESTADUAL DR. PEDROSA”, em homenagem àquele que foi o responsável nº 1 pela sua construção, não obstante a peremptória recusa do Dr. João Baptista.

Até 1975, a Escola Estadual ministrava o ensino de 1ª à 4ª série. Após esse período, quem quisesse prosseguir os estudos – e foram muitos – iam procurar o Ginásio D. Bosco, em Cachoeira do Campo, os colégios de Ouro Preto, Mariana, Itabirito e outros. Isto acarretava, sem dúvida, dificuldades inenarráveis. Os alunos se encerravam em internatos, ausentando-se, em tenra idade, da família; submetiam-se a precários meios de transporte, com prejuízo a dedicação aos estudos, etc. Foi quando a visão extraordinária da Diretora Nísia Santos abraçou a ideia de estabelecer a extensão de séries, de 4ª até 8ª.

Batalhando, ao lado do ex-aluno Prof. Vicente Geraldo Gonçalves, conseguiu do então Secretário Adjunto de Educação Prof. Hugo Pereira do Amaral – cujos ascendentes nasceram em Santo Antônio do Leite – a implantação das 4 séries correspondentes ao antigo ginásio. Detalhe importante foi o pioneirismo deste sucesso. Em todo o município de Ouro Preto, Santo Antônio do Leite foi o primeiro a conseguir, em sua escola, a vigência das séries completas do 1º grau.

Fonte de Pesquisa: Santo Antônio do Leite

História da Terra e da Igreja de Santo Antônio

Autor: Vicente Geraldo Gonçalves - Págs.:25,26 e 27